Ah, se esta terra fosse minha
Eu mandava replantar
O verde que a humanidade daninha
Matou sem nenhum pesar.
Se esta estrada fosse minha
Cercada de terra e silêncio
Se pudesse a mantinha
Bastando-me o som Florêncio.
E estas águas eram tão nossas...
Seguindo como procissão
Os lagos viraram fossas
Dói-nos a seca do chão.
Onde estão os nossos bichos
Que Deus nos deu de riqueza?
Mente humana e seus caprichos
Tiram vidas com frieza.
Quem houve falar de paz
Pensa em lendas do passado
Amor a terra nunca mais
E o povo quase castigado.
Só em sonhos sinto a glória
É preciso morrer pra corrigir
Reescrever a história
Do que estamos a destruir.
Autoria: Ilka Vieira
Uma sátira elegante, intuitiva e estimuladora.
ResponderExcluirParabéns!
Bjus, Raquel