As chuvas hão de lavar os teus ressentimentos
A noite extensiva recolherá a fartura de queixas
Caminhante, escutarás a voz dos meus lamentos
Pensarás nos sonhos que partindo me deixas.
Admito, errei descaminhando o corpo da alma
E ele, tão fraco e vaidoso, roubou dela o ego
Na carícia animal, vi que o amor não espalma
Perdoa, meu amor, este âmago tão cego!
A chance que te peço é o reaprendizado
Já vi, não se mata sede com água salgada
Varro meu futuro se te tornares meu passado
Enfim, saberei distinguir o beco da estrada.
Não esperes que a manhã decida por ti
A razão é tão clara, mas inimiga da sorte
Meu dossiê desprezível, o excluí daqui
Refaz comigo a vida que desvia da morte.
Autoria: Ilka Vieira
Isto é uma riqueza de poema... quanto lirismo, quanta franqueza... E ao final de tudo, linda proposta.
ResponderExcluirÉs grande, Ilka, és tão grande que nem cabes em ti mesma.
Abraços,
Guilherme Rozack
Queria ter escrito esse poema, mas já que não fui dotada do seu talento, parabéns, Ilka Vieira!
ResponderExcluirHelena Pinheiro