Depois que a dor adormeceu
minhas mãos suplicavam carinho.
Meu olhar falava baixinho
por medo de acordá-la... enfurecê-la.
Meus sonhos escondiam-se em cortinas d'alma
e, respeitando a magia da calma,
murmuravam palavras de esperança.
Minha voz tão frágil... cansada
ainda me ninava com cantigas de amor.
Meus beijos aguardavam tímidos
pela chamada... pelo vigor.
Minha poesia empobrecia:
vestia trapos, rimas nuas
encobria metáforas cruas
dedilhava buscando beleza
nas sobras da tristeza.
Autoria: Ilka Vieira
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