RENASCITUDES

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Canção da Dor



Depois que a dor adormeceu
minhas mãos suplicavam carinho.
Meu olhar falava baixinho
por medo de acordá-la... enfurecê-la.

Meus sonhos escondiam-se em cortinas d'alma
e, respeitando a magia da calma, 
murmuravam palavras de esperança.

Minha voz tão frágil... cansada
ainda me ninava com cantigas de amor.
Meus beijos aguardavam tímidos
pela chamada... pelo vigor.

Minha poesia empobrecia:
vestia trapos, rimas nuas
encobria metáforas cruas
dedilhava buscando beleza
nas sobras da tristeza.

Autoria: Ilka Vieira

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