RENASCITUDES

domingo, 9 de setembro de 2012

Pouso Noturno



Venho de um presente tão distante
Como quem repousa a vida no infinito
Já não sonhava com o voo excitante
Tranquei-o na lembrança como um mito.

Tracei mapa, se não estou enganada
Voava com destino a paz da solidão
Sequer tocava a flor tão perfumada
Iludida, iludia minha própria ilusão.

Chuvosa noite me fez pousar confusa
Agarrada à borda do barco, naveguei
Despertando ensolarada e sem escusa
Como pássaro-fêmea muito alto voei.

E sob os céus enfeitei-me de sol
Entre nuvens cheguei ao passado 
Quando cortejada por um rouxinol,
Levando-me ao futuro interrogado...

Autoria: Ilka Vieira



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