RENASCITUDES

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Sonho Adiado




Ela desce a ladeira com o filho nas costas
Há quem pense que se contenta
Que se anula e não sustenta
Sonhos e impulsos de pecar
Merecer e desfrutar de refletores e caviar.

Ela passa a roupa cantarolando
Espera pelo seu homem disfarçando
A tristeza e o suor.
Serve o jantar à luz puxada
Lava a louça conformada
E deita com a promessa de um afago
Que o marido deixa adiado...

O jeito é acordar sem ter dormido
Esquentando a água para o café
Se fazendo cafuné
E empurrando mais um dia...

Autoria: Ilka Vieira

Um comentário:

  1. Cativante e urgente este teu poema! Lindo demais!
    Abraços,
    Joe Vergueiro

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